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Rogério Pina abre o coração: fala da carreira e do carinho com o Artsul

Técnico tenta dar o salto de qualidade no clube e na carreira. Cnfira entrevista na íntegra!

Rogério Pina em ação no treino do Artsul | Foto: Carol Dantas / Canal 10 Sports


Rogério Pina é cria da casa. Começou a treinar os times da categoria de base do Tricolor da Dutra desde os idos dos anos 2000. Hoje, no comando do time profissional, ele tenta um feito histórico: levar o Artsul à elite do Cariocão. Um sonho da família Pereira (Nilvaldo, Cristiano e Rafael). Um sonho dele próprio. Do Fiel torcedor tricolor. Faltando quase uma semana para a estreia do Trem Bala da Manilha contra o Petrópolis / Gonçalense na série A2, conversamos com o treinador sobre a expectativa do clube para essa temporada, da bse que o clube está reestruturando, além de falar de Guardiola na Seleção, Tite e muito mais. Confira a resenha na íntegra abaixo:


ARTSUL: Gostaríamos de falar sobre o time que está aqui para 2022. Qual a diferença deste plantel para o do ano passado?


Rogério Pina: Realmente houve uma mudança muito grande. O clube não conseguiu manter o plantel do ano passado, até por causa de custos, essas coisas todas. Na verdade, a gente está recomeçando um trabalho. Em todo o recomeço do zero, é muito árduo. Mas, dentro daquilo que a gente imaginava de proposta para esse jogo, acho que a equipe respondeu bem, conseguimos, em alguns momentos, colocar em prática as ideias que temos para eles nos treinamentos. Os jogos-treino, eles (jogadores) sabem que não é tão importante o resultado, mas o rendimento daquilo que a gente fez de planejamento para os jogos. Sentimos um pouquinho a questão do campo, das dimensões. Mas, acredito que a gente está numa batida boa. Estamos em uma crescente. O grupo está entendendo bem aquilo que a gente está pedindo. A tendência é ter uma evolução ainda maior nesta reta final de preparação.


ARTSUL: Reparamos também que o time deste ano é um time pouco conhecido do grande público, isso em relação que a gente tinha no ano passado. Qual estágio você enxerga esse time agora e até onde ele pode ir?


Rogério Pina: Então, quando a gente conversou para retornar para cá esse ano, o presidente, eu, a minha esposa, sabíamos das dificuldades que o clube teria. A proposta foi de fazer um time um pouco mais novo, mas sem abrir mão da competitividade. Afinal de contas, a gente vai jogar uma temporada que o nível de competitividade é altíssimo. Então, fomos buscar estratégias para montar esse elenco dentro daquilo que o clube propôs com as condições que temos aqui. Então vamos buscando muita sabedoria nas tomadas de decisões nas contratações. O mercado não está nada fácil. Alguns jogadores estão aguardando uma oportunidade em Série B, C e D de brasileiro, não é? Mas assim, você me perguntou a nível de estágio. Eu estou satisfeito. Estou feliz com o trabalho. Estamos buscando o salto de qualidade. Esse salto de qualidade, pode vir com o crescimento desse grupo e como uma adição de algumas peças que podem de repente chegar para fazer a diferença. Essa é nossa expectativa. A gente tem uma estreia bem dura, diante do Petrópolis/Gonçalense, em Petrópolis. Precisamos estar atentos a todos os detalhes e bem preparados, pois o adversário virá forte também.



Rogério instruindo atletas antes do jogo-treino | Foto: Carol Dantas / Canal 10 Sports


ARTSUL: Nível do campeonato, como sempre diz, nível é competitivo demais. Qualquer falha qualquer, qualquer desacordada que tiver no jogo é fatal. Ano passado, tivemos alguns exemplos disso. Agora temos um gigante como o Volta Redonda que acabou de descer. Está na série C do Brasileiro. Como é que tu tá vendo esse aspecto? O nível técnico das equipes?


Rogério Pina: É primeiro falar da estreia. Acho que vai ser uma estreia muito difícil fora de casa. Toda estreia é difícil, não é? Fora de casa contra uma das equipes que a gente sabe que que vai fazer os maiores investimentos na competição. A queda do Volta Redonda foi surpreendente, se você fosse me perguntasse no começo do ano ou para qualquer outro do meio do futebol, acho que ninguém colocaria o Volta Redonda como um possível time que iria descer. Mas como sempre falo para você, a segunda divisão é feita de jogadores que conhecem a competição. A maioria das equipes contratam jogadores que que conhecem a competição. Isso torna a competição muito competitiva. Acredito muito no meu trabalho. Acredito muito no trabalho do meu grupo. Nós vamos fazer uma competição muito pesada, assim como as outras equipes também vão fazer. Jogos da segunda divisão são decididos em detalhes. Às vezes são detalhes muito pequenos, mas que fazem uma diferença muito grande. Existem algumas equipes que estão saindo na frente. Mais pelo poder de contratação. O Artsul virá com uma equipe de operários, mais não se enganem, será uma equipe muito competitiva. Os jogadores estão entendendo. A gente vai dar trabalho. A competição terá decisões em todos os jogos. Todo jogo é jogo pesado. Não pode desligar. Não pode dar oportunidade para o adversário, tem que usar o fator casa como como prioridade. Os jogos em casa a gente tem que buscar fazer os resultados e ganhar os jogos. E tentar jogar bem fora de casa e arrancar pontos dos caras fora de casa, que era uma característica daquele time ano passado, né? Se você lembra bem. No primeiro turno, nós ganhamos três jogos fora, empatamos os dois em casa nos cinco jogos, foi assim que a gente classificou para a semifinal nessa condição. O ideal é fazer da nossa casa, o nosso reduto. De um local de muita dificuldade para o adversário. Buscar os resultados positivos aqui. Acho que mesmo com a queda do Volta Redonda, vai acrescentar um pouco o nível técnico da competição.


ARTSUL: Professor, você a cara do Artsul. Quando as pessoas falam do Artsul, elas dizem assim: “vocês estão com um treinador que sabe tudo do clube, lá você pode botar qualquer time que ele vai saber fazer, porque ele conhece o clube”. Como é que você recebe isso?


Rogério Pina: Essa semana, estava conversando com uma pessoa sobre isso, pessoa do futebol. Ela me fez ver o outro lado. Me disse o seguinte: “Rogério, no futebol que nós temos é muito difícil. Ter um treinador há tanto tempo no mesmo clube. E isso denota competência, confiança da Diretoria no trabalho”. Eu estou muito feliz assim. Por ter a oportunidade de voltar ao Artsul. De trabalhar. Apesar de ter ainda objetivos na vida, sabe? A gente querer dar um salto de qualidade. Então, quando coloquei, que nós estamos montando um time de operários, inclusive, nós temos uma comissão técnica de operários. De gente que precisa vencer na vida. De gente que precisa melhorar. Eu sempre digo que, quando eu estou insatisfeito comigo mesmo isso me dá oportunidade de querer mudança, de querer me mexer e de querer fazer um pouco mais. Se o que eu fiz até hoje não foi o suficiente para que eu possa, de repente, É ter a oportunidade de chegar a um nível mais alto. Isso significa que preciso fazer um pouco mais desse ano. E eu estou disposto a fazer esse um pouco mais para que o Artsul possa alcançar o tão sonhado acesso. Quero colocar o Artsul num lugar que eu acho que merece, pela qualidade do clube, por tudo que o clube oferece. Tentar dar esse salto de qualidade. Subir uma divisão. De crescer na carreira e buscar uma oportunidade. Eu estou muito feliz por poder voltar aqui, numa casa que eu conheço, pessoas que eu conheço bem. O funcionamento do clube. É prazeroso estar aqui com pessoas que eu conheço aqui há mais de 20 anos. Acho que pode ser realmente uma arma para a gente. Fato de conhecer o clube. O andamento...de tentar mostrar para os jogadores isso. Pode nos facilitar e nos trazer benefícios.


ARTSUL: Você é o técnico do time profissional e, é sempre bom ouvir o que o técnico do time profissional tem a dizer sobre o trabalho da base. Está recomeçando uma nova estrutura. Tudo o que você já observou. O que que você pode dizer desse trabalho que está sendo desenvolvido na base, você que veio de lá?

Rogério Pina: Primeiro é preciso que se diga, e eu falo isso com o presidente, a gente entende as dificuldades financeiras que todo mundo está passando. A gente está vendo clubes tradicionais aí, de mais de 100 anos, passando dificuldades gigantescas. É uma pena o Artsul ainda não ter a base totalmente completa no geral. Por que o Artsul sempre teve uma característica de ser um clube formador. A essência do Artsul é ser um clube formador. A gente fica feliz que o clube está tentando se reestruturar, está tentando montar a base novamente. Trazendo profissionais capacitados para que o trabalho possa acontecer. Eu espero que isso aconteça. Essa casa merece ter as categorias de base com as portas abertas dando oportunidade para novos atletas. Tem uma estrutura bem legal para isso. Que seja um recomeço, na verdade. E eu espero que o presidente consiga seguir em frente com isso.


ARTSUL: Queremos saber a sua opinião sobre uam possível vinda do Guardiola para a Seleção Brasileira.


Rogério Pina: Rapaz, isso é um questionamento bem complicado, até porque sou um admirador do trabalho do Tite. Muitas pessoas não entendem isso, mas eu sou um admirador do trabalho dele. Acho que temos bons profissionais no clube, mas nós estamos passando por um momento muito difícil, onde parece que no Brasil está tudo errado. O que vem lá de fora está tudo certo. E a grande verdade é que, de repente, precisamos fazer uma avaliação em que nem tudo que veio de lá de fora até agora deu certo. Se estabelecem conceitos, mas se você for ver, nem tudo que vem lá de fora deu certo. Acho que esse tema é muito difícil de se expor. Guardiola é um grandíssimo treinador. Mas gostaria de ver esses caras trabalhando na realidade do Brasil, na realidade diária do Brasil. No calendário, jogando todo dia. Trabalhando com os jogadores, às vezes, com mentalidade diferente da mentalidade do europeu. Agora falando de Seleção Brasileira, que se reúne de vez em quando para jogar, com todas as dificuldades... Imagina o Tite, tem poucos dias, às vezes para trabalhar um jogador que joga de um jeito no Manchester, outro jogador que joga de outro no Liverpool, outro de outra forma aqui no Flamengo. E ele tem que juntar tudo isso e colocar as ideias? Não é fácil! A gente não tem sempre a oportunidade de estar jogando contra os times europeus. Eu não sei, essa síndrome do vira-lata do brasileiro. Acho que a gente precisa ter cuidado, precisa dar novas oportunidades para pessoas boas que estão tentando chegar, estão tentando mostrar aqui que também existe trabalho. De repente, o que a gente vê é uma insistência muita das vezes nos mesmos nomes. Acho que tem que se dar oportunidade para outros treinadores que estão chegando. Tem muita gente boa querendo, batendo na porta, querendo entrar, querendo chegar. Acredito que isso também podia trazer alguma mudança no que diz respeito à Seleção Brasileira. Lá é muito difícil. Você trabalha com os melhores e só pode convocar de vez em quando. Acho que o Guardiola, se a CBF realmente decidir por ele, vai trazer alguns bons conceitos para o Brasil, só acho que não sei se consegue adequar esses conceitos europeus ao nosso dia a dia, ao nosso calendário. Confesso para você que acho um tema muito controverso.


Fotos: Carol Dantas / Canal 10 Sports




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